.: A acidez do solo
pode ser prejudicial para as plantas. Como o calcário
pode reduzir este problema?
Cinthia Faria Lopes (engenheira agrônoma)
Cristina Rincón Tamanini (engenheira agrônoma)
Beatriz Monte Serrat (Profa. Dra. do DSEA/UFPR)
Marcelo Ricardo de Lima (Prof. Doutorando do DSEA/UFPR)
É permitida a reprodução
parcial ou total deste material, desde que seja explicitamente
citada a fonte:
LOPES, C.F.; TAMANINI, C.R.; MONTE SERRAT,
B., LIMA, M.R. Acidez do solo e calagem.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Projeto de
Extensão Universitária Solo Planta, 2002. (Folder).
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A IMPORTÂNCIA DA CORREÇÃO
DA ACIDEZ DO SOLO
A maioria dos solos do Paraná são ácidos,
ou seja, apresentam grande concentração
de íons hidrogênio e/ou alumínio
no solo. A acidez dos solos promove o aparecimento
de elementos tóxicos para as plantas (Al) além
de causar a diminuição da disponibilidade
de nutrientes para as mesmas. As consequências
são os prejuízos causados pelo baixo
rendimento produtivo das culturas. Portanto, a correção
da acidez do solo (calagem) é considerada como
uma das práticas que mais contribui para o
aumento da eficiência dos adubos e consequentemente,
da produtividade e da rentabilidade agropecuária.
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BENEFÍCIOS DA CORREÇÃO
DA ACIDEZ DO SOLO
A correção adequada da acidez
do solo é uma das práticas que mais benefícios
traz ao agricultor, sendo uma combinação favorável
de vários efeitos dentre os quais mencionam-se os seguintes:
• eleva o pH do solo (reduzindo a acidez);
• fornece cálcio e magnésio
como nutrientes;
• diminui ou elimina os efeitos tóxicos
do alumínio (Al);
• diminui a "fixação"
de fósforo;
• aumenta a disponibilidade do NPK,
cálcio, magnésio, enxofre e molibdênio
no solo;
• aumenta a eficiência dos fertilizantes;
• aumenta a atividade biológica
do solo e a liberação de nutrientes, tais como
nitrogênio, fósforo e boro, pela decomposição
da matéria orgânica;
• Em solos ricos em manganês
(Mn), reduz as quantidades excessivas deste elemento presentes
na solução do solo;
• Aumenta a produtividade das culturas
como resultado de um ou mais dos efeitos anteriormente citados.
ESCOLHA DO CORRETIVO DE ACIDEZ DO SOLO
Muitos materiais podem ser utilizados como
corretivos da acidez do solo. Os principais são: cal
virgem, cal apagada, calcário calcinado, conchas marinhas
moídas, cinzas, e calcário (sendo esse o mais
utilizado). Tanto a eficiência como o preço é
bastante variado para cada tipo de corretivo.
Corretivos com qualidade baixa são
em geral mais baratos mas em compensação, devem
ser usados em quantidades maiores para corrigir a acidez dos
solos. O aumento da quantidade também aumenta o custo
do transporte até a propriedade, bem como o custo da
aplicação por área de terra corrigida.
Assim, o custo final da correção da acidez do
solo com um corretivo barato, mas de baixa qualidade, pode
ser maior do que com um corretivo mais caro, porém
de melhor qualidade. Portanto o corretivo mais vantajoso para
o agricultor e que deverá ser o escolhido, é
aquele que corrige a acidez dos seus solos pelo menor custo.
Assim, a qualidade e o custo posto na lavoura são os
dois pontos fundamentais que o agricultor deve considerar
na escolha do corretivo.
A efetividade do corretivo é dado
pelo valor do PRNT, ou seja, poder relativo de neutralização
total. Quanto maior for o seu PRNT, mais rápido e mais
efetivo este corretivo será.
QUANTIDADE DE CORRETIVO A APLICAR
Somente através da análise
química do solo pode-se chegar à quantidade
de calcário a aplicar. A falta ou excesso de calcário
podem prejudicar a nutrição das plantas.
O Departamento de Solos e Engenharia Agrícola
da Universidade Federal do Paraná possui laboratórios
equipados para efetuar estas análises.
A interpretação da análise
de solo e a recomendação de calagem (se necessária)
devem ser feitas por Engenheiro Agrônomo ou Florestal
ou por Zootecnista.
ÉPOCA DE APLICAÇÃO
DO CORRETIVO
Para a obtenção dos efeitos
esperados, o calcário normalmente deverá ser
aplicado três meses, ou mais, antes de qualquer cultura.
Com isso, tem-se tempo necessário para a eficiente
neutralização da acidez do solo.
DISTRIBUIÇÃO DO CORRETIVO
Recomenda-se efetuar a distribuição
do calcário o mais uniforme possível, o que
depende da mão de obra e da maquinaria disponível.
Porém, a distribuição com espalhadeiras
que aplicam o calcário em linhas próximas sobre
o solo, pode ser uma alternativa interessante.
INCORPORAÇÃO DO CORRETIVO
Uma boa incorporação do calcário
no solo é fundamental para a sua eficiência,
ou seja, para que esse reaja com a maior quantidade possível
de solo em menor tempo.
Dependendo das condições de
tempo e das máquinas disponíveis, no plantio
convencional recomenda-se a incorporação do
calcário das seguintes formas:
- Para quantidades iguais ou inferiores a 5 toneladas
por hectare (t/ha), aplicar de uma só vez, e logo
após gradear. Em seguida arar e novamente gradear.
- Para quantidades superiores a 5 t/ha recomenda-se dividir
a aplicação, colocando-se a metade no primeiro
ano de cultivo e o restante no ano seguinte, ou conforme
a recomendação do Engenheiro Agrônomo
ou Florestal ou do Zootecnista.
IMPORTANTE
Para situações de plantio direto
não se incorpora o calcário, ele apenas é
distribuído sobre a superfície à ser
corrigida. Ainda nesse caso recomenda-se a aplicação
de no máximo 2 t/ha por vez até completar a
dose recomendada em intervalos de um cultivo para o outro.
EFEITO RESIDUAL DA CORREÇÃO
Quando utilizadas as doses recomendadas,
o efeito da calagem pode ser igual ou superior a 3 anos.
Isto quer dizer que novas aplicações
de calcário só deverão ser feitas após
este período, mediante nova análise de solo.
Deve-se observar que o calcário é
apenas um corretivo da acidez do solo e não adubo.
O uso exagerado do calcário pode causar redução
da produtividade das culturas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, J.C.C. Calagem: como
fazer para melhorar a fertilidade da terra e aumentar seus
lucros Curitiba: EMATER-PR, 1994. (Informação
técnica, 26).
VOLKWEISS, S.J., TEDESCO, M.J. Calagem
dos solos ácidos: prática e benefícios.
Porto Alegre: UFRGS, 1984. (Boletim técnico de solos,
01).
ANDA. Comitê de Pesquisa/Técnico.
Acidez do solo e calagem. 2. ed. São
Paulo, 1988.
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