.: Aprenda como coletar
adequadamente amostras de solos para análises
Laércio Matteus Squiba (Engenheiro
Agrônomo)
Beatriz Monte Serrat (Profa. Dra. do DSEA/UFPR)
Marcelo Ricardo de Lima (Prof. Doutorando do DSEA/UFPR)
É permitida a reprodução
parcial ou total deste material, desde que seja explicitamente
citada a fonte:
SQUIBA, L.M.; MONTE SERRAT, B.; LIMA, M.R.
Como coletar corretamente amostras de solos para análises.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Projeto de
Extensão Universitária Solo Planta, 2002. (Folder).
OBJETIVO DA COLETA DE AMOSTRAS DE
SOLO
Uma amostra de solo consiste em uma pequena
porção de terra capaz de representá–lo
em uma análise química e física. Como
esta porção é pequena em relação
à quantidade de solo que irá representar, deve-se
tomar todo cuidado na retirada dessa amostra. Com a amostragem,
feita de maneira técnica, pretende-se chegar a uma
cópia fiel do terreno que queremos analisar. Veja o
porquê! Das 300 gramas de solo enviadas pelo agricultor
ao laboratório para avaliação da fertilidade
do solo, apenas 50 gramas serão usadas, representando
todo o terreno nas análises de rotina.
TIPOS DE AMOSTRAS
Para que se consiga fazer uma boa amostragem
do solo, devemos coletar primeiro amostras simples e em seguida,
ao misturarmos essas amostras simples, formamos uma amostra
composta:
a) O que é uma amostra simples? Bom!
Para que 300 g representem a área que queremos avaliar
a fertilidade, devemos tirar uma porção de terra
em vários pontos. A terra de cada ponto deve ser colocada
em um recipiente, como um balde de plástico bem limpo.
Então, amostra simples é cada
porção individual de terra que foi retirada
em cada ponto da área.
b) O que é amostra composta? Depois
de retiradas as amostras simples, estas devem ser bem misturadas
no balde, até que fiquem bem homogeneizadas. Essa mistura
é a amostra composta.
EM QUE ÉPOCA FAZER A AMOSTRAGEM
Fazer a amostragem pelo menos 3 meses antes
do plantio, para dar tempo de analisar o solo e aplicar na
área o que for necessário.
EQUIPAMENTOS PARA A AMOSTRAGEM
Para a retirada das amostras simples, utiliza-se
diversos tipos de trados. Pode-se também usar ferramentas
da fazenda como: enxada, pá reta (cortadeira), enxadão
(EMBRAPA, 1982), que estejam bem limpas.

Figura 01: Equipamento para amostragem (Fonte: IAPAR, 1996)

Figura 02: Coleta de amostra de solo utilizando o trado
OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS
1) Onde tirar as amostras simples?
Para se coletar as amostras simples, deve-se
separar a área em locais iguais (glebas homogêneas).
Por exemplo, se a área em que se deseja fazer a amostragem
apresentar 2 tipos de solos, devemos fazer amostragens simples
para cada local, isto resultará em duas amostras compostas,
uma para cada tipo de solo (gleba homogênea). Para separar
as glebas homogêneas devemos levar em consideração:
a) o tipo de solo: separar quando a área
apresentar terra com diferença na cor e/ou diferença
na espessura da camada de terra mais preta.
b) a topografia: separar de acordo com a diferença
na inclinação do terreno: o topo, a encosta,
e a baixada, por exemplo.
c) a vegetação: separar a área em glebas
com tipos diferentes de cobertura florestal, culturas anuais
com características diferentes, culturas perenes com
idades diferentes.
d) as diferenças na adubação: separar
em locais diferentes, para a amostragem, glebas que foram
corrigidas ou adubadas de maneira diferente.
2)Localização das amostras
simples:
Feita a separação do terreno
em glebas homogêneas (locais semelhantes), coleta-se
as amostras simples caminhando em zigue- zague por todo o
terreno.
3) Quantas amostras simples fazer?
Tamanho da área homogênea |
Número
de amostras simples para uma amostra composta |
Bibliografia |
10
m2 a vários hectares |
20 |
COMISSÃO
(1994) |
Nunca
superior a 20 hectares |
20 |
RAIJ
et al. (1997) |
Menor
ou igual a 10 hectares |
10
a 20 |
IAPAR
(1996) |
Menor
ou igual a 4 hectares (uniformes) |
15 |
MACHADO
(1999) |
Nunca coletar amostras simples em locais
de depósito de adubo, calcário, palha ou fezes
de animais, ou à beira de estradas ou cercas.
4)Qual a profundidade das amostras simples? (Fonte: IAPAR
,1996)
Cultura |
Profundidade
(cm) |
Plantio
Convencional |
0
20 |
Pastagem* |
0
10 |
Plantio
direto |
Uma
de 0 5, outra de 5 20 |
*em pastagem degradada coletar de 0 – 20 cm
COMO ENVIAR A AMOSTRA
Feita a amostra composta, separar 300 gramas desta e colocar
em pacote plástico limpo – não colocar
a amostra em pacote de sal, pacote de farinha, pacote de adubo,
ou qualquer outro que contenha resíduos.
O pacote deve ser etiquetado (marcado), devendo conter na
etiqueta, a profundidade e o local na propriedade (gleba)
em que foi feita a coleta.
Exemplo: Se na mesma gleba temos duas amostras compostas,
uma para a profundidade de 0–5 cm e outra para 5–20
cm, fazemos as seguintes etiquetas:
GLEBA A |
Profundidade
0 5 cm |
GLEBA
A |
Profundidade
5 20 cm |
As etiquetas devem ser bem fixadas no lado
de fora, em cada pacote plástico.
Colocar a amostra composta ou as amostras
compostas bem embaladas em uma caixa, junto com o endereço
completo da propriedade e telefone para contato.
O agricultor deve fazer, e guardar para si,
um croqui (desenho) da propriedade, localizando nesse croqui
o nome da(s) gleba(s) amostrada(s).
»Laboratório
de Fertilidade do Solo - análises de solo e planta
Entregar a amostra de solo no laboratório
de fertilidade do solo da UFPR. Informe-se dos preços
das análises pelo telefone (41) 350-5673 . O pagamento
deverá ser feito por ocasião da entrega das
amostras na recepção de amostras do Departamento
de Solos e Engenharia Agrícola.
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